Scolari foi apresentado no Guangzhou Evergrande (com entrevista em áudio)

O técnico Luiz Felipe Scolari chegou a Guangzhou no sul da China, foi apresentado no novo clube e já iniciou o trabalho nesta sexta feira. Há 4 anos o presidente do Guangzhou Evergrande queria a sua contratação. Na época, Scolari trabalhava no Palmeiras. “Eu já tive a oportunidade em 2011 quando estava no Palmeiras. Tive um contato muito forte com a presidência no clube com reuniões em São Paulo. Naquela época nós tínhamos um trabalho no Palmeiras que estava sendo desenvolvido eu disse que não iria. Ele saíram daqui foram a Europa e contrataram o Marcelo Lippi. Ele foi muito feliz e fez um trabalho muito bom. No final do ano, com a saída do Lippi, eles voltaram a me procurar. Eu estava no Grêmio e disse que tinha idealizado um trabalho no meu clube e que seria difícil. Agora novamente com minha saída, eles voltaram a me procurar na semana passada e depois de algumas reuniões definimos nossa ida com minha comissão técnica para um projeto de trabalho que poderia ter sido feito em 2011. Agora vamos completar a idéia do mesmo presidente daquela época” contou Luiz Felipe Scolari que levou consigo os auxiliares Flávio Murtosa e Ivo Wortmann, o preparador físico Darlan Scheineder e o preparador de goleiros Carlos Pracidelli.

A Liga Chinesa está na metade do campeonato. No outro final de semana vai terminar o 1º turno. São 16 clubes que disputam o campeonato em pontos corridos. Mas com uma característica peculiar. O Guangzhou jogará 11 rodadas das 15 do 2º turno fora de casa. “Como é um País continental, tem determinados locais no mês de fevereiro e março que não se pode jogar por causa do frio intenso. Muita neve. Então a tabela é montada nos lugares mais quentes como no sul onde fica Guangzhou. Por isso meu time no 1º turno jogou 11 partidas em casa. E agora no 2º turno vamos jogar 11 das 15 partidas fora de casa. Foi isso que meu presidente explicou para mim. E minha estreia no Guangzhou será contra o time do meu amigo Cuca no próximo dia 21” explicou Scolari.. No momento são 4 líderes com 26 pontos. Além do Guangzhou, lideram o Shandong, time do Cuca, Shangai East e Beijing Guoan.  O campeonato vai terminar em 31 de outubro. Além da Liga Chinesa, o Guangzhou está classificado para as quartas de final da Liga dos Campeões da Ásia. Na fase de grupos foi o 1º colocado contra o Seoul, Sidney Wanderers e Kashima Antlers. Nas oitavas eliminou o Seongnam da Coréia do Sul. “Vamos jogar numa chave com equipes da Coréia e Japão. Haverá um sorteio e poderemos pegar o Jeonbuk da Coréia com quem temos uma boa relação com o seu presidente. Ou então vamos enfrentar os japoneses do Kashiwa Reysol ou Gamba Osaka. Na outra chave estão as equipes árabes do Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Irã. É uma competição que já conheço pois disputei com o Bunyodkor do Uzbequistão” lembrou Scolari.

Em 33 anos como técnico de futebol, carreira iniciada em 1982 no CSA de Alagoas, Luiz Felipe Scolari trabalhou 13 anos fora do País. Sua primeira oportunidade foi na Arábia Saudita em 1984 quando assumiu o Al Shabab. Foram dois anos de trabalho e um vice campeonato árabe. Em 1988 assumiu o Al Qadsia do Kuwait onde conquistou a Copa do Kuwait. Depois assumiu a seleção do País e conquistou a Copa do Golfo em 1990. Scolari ainda voltou para a Arábia Saudita onde trabalhou no Al Ahli e depois no próprio Al Qadsia no Kuwait. Em 1997 foi trabalhar no Japão e montou a equipe que ganharia a J-League do mesmo ano com o técnico Valmir Louruz. Scolari retornou antes para assumir o Palmeiras. Em 2003 assumiu a seleção de Portugal onde trabalhou durante 5 anos. Foi vice no Euro 2004, 4º colocado no Mundial 2006 e chegou as 4as de final do Euro 2008. Foi para o Chelsea e interromperam seu trabalho com 7 meses quando a equipe ocupava a 3ª posição da Liga Inglesa, e estava classificado para as 8as de final da Liga dos Campeões e na Copa da Inglaterra. De lá foi trabalhar no seu sexto País. Assumiu o Bunyodkor onde conquistou invicto a Liga do Uzbequistão. “Espero fazer na China como sempre fiz onde todos os lugares que trabalhei e que o Guangzhou espera de mim. Com muita dedicação e amor ao que faço. E também espero participar de um projeto para a evolução do futebol na China. Conversei com o Consulado e eles querem com minha ajuda levar o futebol para as crianças e assim buscar uma evolução do futebol chinês em 4 ou até 8 anos. Quero sim agradecer a esta oportunidade. É meu 7º País e sei que hoje é muito difícil trabalhar em tantos países assim por causa do idioma, costumes e dificuldades que sempre se encontra. Mas posso garantir que estou muito feliz e vou em busca dos resultados que o Guangzhou deseja e nós almejamos” finalizou Scolari.

Acaz Fellegger
Jornalista Mtb 19.426 SP

O audio da entrevista está a disposição no site www.fellegger.com.br

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12/junho