Comunicado à imprensa de Zé Roberto

Referente: Manifestação sobre a falsa carta de despedida

Eu, José Roberto da Silva Júnior, mais conhecido como Zé Roberto, venho através da presente manifestar-me, de forma oficial e definitiva, acerca da falsa carta de despedida creditada a mim e que foi vinculada na imprensa brasileira em geral e em vários sites da Internet, na ocasião da minha transferência do Santos PC, do Brasil, ao Bayern de Munique, na Alemanha, em meados de julho do corrente ano.

Cabe salientar que de início não me manifestei publicamente sobre a falsidade da mencionada “carta de despedida’, porque as inverdades ali ditas eram tão absurdas que pensei que seria desnecessária minha intervenção direta e que, por as pessoas me conhecerem e saberem o valor que dou às minhas raízes, iriam ver que aquelas agressões ao meu país jamais poderiam vir de mim.

Porém, já passados mais de dois meses, tanto eu como minha família ainda somos surpreendidos com perguntas sobre a autenticidade de sobredita carta. Essas constantes manifestações me fizerem vir a público dizer o que realmente penso a respeito o que foi dito na falsa carta.

Em primeiro lugar, a pessoa que maliciosa escreveu tal carta não me conhece, senão, não teria dito que o Brasil não faz pane de mim. Tenho orgulho da minha Origem, de onde vim, e, sobretudo, de ser brasileiro.

Tenho orgulho do povo do meu país que é lutador e busca uma condição de vida melhor sempre com dignidade, fé e esperança no futuro. Assim foi comigo, assim é e será com milhares.

Esse orgulho eu manifesto no meu dia a dia e o transmito para meus filhos. Tanto que, outra inverdade vinculada na tal ‘carta de despedida’ é que meus filhos “mal falam português e são totalmente fluentes em alemão”.

Tenho gratidão pelo povo alemão, pela forma amável que sempre acolheu a mim e minha família. Assim como eu, minha família gosta da Alemanha e respeita a cultura alemã. Porém, assim como eu, minha família ama o Brasil e luta para o desenvolvimento social justo de nosso povo. Meus filhos conhecem muito bem o português. Aliás, não conhecem é o alemão, e não o português. Meus filhos amam e sentem falta do Brasil, da convivência com os amigos e familiares.

Todos nós sentimos muito de ter que deixar o Brasil, o calor humano e o carinho recebido pelos amigos, pelos familiares, por meus admiradores.

Joguei a maior parte da vida fora do país e minha transferência em 2006, do Bavern para o Santos, não se deu por falta de propostas na Europa, mas pela minha vontade em jogar no Brasil, de que as pessoas do meu país conhecessem meio trabalho, não só pelas atuações pela Seleção Brasileira, mas, durante todo o ano. Era um sonho meu, ser conhecido pelo meu trabalho no meu país, porque, até então os alemães me conheciam muito bem… os brasileiros não.

Não me arrependo de ter ido jogar no Brasil, foi uma das melhores experiências de minha vida! O Santos me deu condições maravilhosas de trabalho: desde a diretoria e a comissão técnica, aos meus companheiros e demais funcionários.

Fui recebido com muito carinho e respeito pelos torcedores não só do Santos como de todos os times do país. Por onde passei recebi manifestações saudáveis e gratificantes de reconhecimento do meu trabalho. Jamais vou esquecer esse carinho, jamais.

Minha família também viveu a alegria desses momentos, e sempre esteve muito a vontade e feliz convivendo com nossos amigos e familiares que residem no Brasil.

Nada se compara em viver em nosso próprio país. Por melhor que seja o tratamento em qualquer lugar do mundo, no seu país você está no seu território, no seu lugar.

Ao contrário do que foi dito naquela infeliz carta, minha passagem pelo Brasil foi um dos melhores e mais saudáveis momento para mim e minha família.
Se fosse para pensar somente o lado emocional, não tenham dúvidas que continuaria no Brasil, por mim, pela minha família.

Porém, questões profissionais me fizeram optar pelo retorno á Europa e nada relacionado com o que foi dito naquela lamentável carta. Resolvi aceitar a proposta que me foi oferecida para voltar ao Bayern de Munique porque foi uma oferta irrecusável no aspecto financeiro, ainda mais na minha idade, em que os atletas já se preparam para deixar os gramados.

Mas ao contrário do dito. não pretendo viver fora do Brasil, pelo contrário: se não encerrar minha carreira no Brasil, pretendo retornar ao país assim que parar de jogar. Ai é o nosso lugar.

Jamais sofremos quaisquer discriminações, muito menos pela crença religiosa. Esse foi mais um absurdo ventilado. O Brasil é um país abençoado em termos de tolerância e respeito ao próximo, onde. Verdadeiramente, as religiões coexistem de forma respeitosa e harmônica.

É claro que conheço a realidade do Brasil, seria ingenuidade dizer que não existe desigualdade social, que não me preocupa como cidadão consciente que sou, as ondas de violência que se propagam por nosso país.

Mas isso, infelizmente está acontecendo no mundo todo, O ser humano, movido pela ganância e pelo egoísmo materialista está se deixando destruir moralmente e fisicamente pela busca desenfreada pelo poder, por riquezas, e está abrindo mão de seu bem mais precioso que é a capacidade de amar e ajudar o próximo.

Nesse ponto, em particular, quero publicamente dizer ao Excelentíssimo Presidente da República, assim com sua família, que eu jamais levantaria uma acusação tão grave como a feita naquela carta: de que o crime estaria “até mesmo na família do presidente”.

Minha história de vida, os valores que carrego e que propaga sempre que tenho oportunidade, demonstram que jamais seria capaz de uma atitude tão insana, contra pessoas que sequer conheço, e, portanto, não tenho como julgar. Aliás, julgar e condenar são ações que vão totalmente contra minha crença de vida, meu modo de agir.

Acredito verdadeiramente no meu país, na capacidade de superação e de solidariedade do nosso povo. Acredito nas instituições, nos nossos poderes constituídos, pelo simples fato de tudo isso existir em representação do povo.

Cabe a nós, povo brasileiro, cobrarmos as explicações necessárias e o rigor da lei para que se restabeleça a justiça e a ordem pública aonde, por ventura, exista a ilegalidade ou imoralidade administrativa. Se existem erros, má conduta em essas instituições, eu acredito que estes são fatos isolados que devem ser punidos das formas defesas no nosso sistema, dentro do que nossa democracia já nos assegura.

E por acreditar, amar e ser principalmente grato ao Brasil, que tenho a consciência de que, como qualquer cidadão, também tenho a responsabilidade de contribuir para a melhora na qualidade de vida do nosso povo. Por isso, o projeto atualmente mais almejado por mim no momento é concluir o processo de criação de um instituto para atendimento social à comunidade carente da zona leste de São Paulo.

Esse instituto é tido por mim como uma pequena retribuição por todas as bênçãos alcançadas em minha vida, por toda a ajuda de recebi sem nenhum interesse. E é para esse instituto de vou voltar toda minha dedicação assim que encerrar minha carreira e voltar ao Brasil.
Obrigado a todos pelo carinho que sempre demonstraram por mim e minha família. Até breve.

“Zé Roberto”

Zé Roberto, contratou advogado, que estuda medidas cabíveis para falsidade ideológica.

Acaz Fellegger

17/outubro